Há três semanas atrás Dilma Rousseff tinha uma aprovação recorde e uma reeleição garantida. Depois da onde de manifestações populares, tudo é um incógnita. Não houve nenhum grande escândalo de corrupção (como em 2005), o índice de desemprego não está absurdo (como em 2001), a inflação começa a assustar, mas está muito longe do que foi no final do governo Sarney e Dilma não confiscou as poupanças como Collor.
A revolta popular começou com a tarifa do transporte (responsabilidade dos prefeitos), passou pela repressão policial (responsabilidade dos governadores), desembocou no sentimento de impunidade (responsabilidade do judiciário) e chegou a projetos de lei, como a PEC-37 (responsabilidade do congresso). Sem contar nos gastos para a Copa do Mundo, onde novamente é responsabilidade dos Governos Estaduais, que fizeram empréstimos do BNDES (federal) para reformar e criar estádios, sendo que muitos vão para a iniciativa privada (Maracanã e Mineirão, por exemplo).
A tendência é que a movimentação popular vá se acalmando e que Dilma chegue à Copa com uma aprovação na casa dos 50% (se não acontecer nada de extraordinário), quando deve enfrentar mais uma série de manifestações, perdendo popularidade às vésperas da eleição.
O brasileiro vota em candidato e não no partido, apesar do PT ter um eleitorado cativo e uma rejeição também cativa. Mesmo assim, dado este cenário, Lula deve retornar como o salvador da pátria e ser candidato à Presidência em 2014.
Governos estaduais e Congresso também devem passar por mudanças, já que o problema não é a Dilma e sim o sistema político atual, no qual a população não se sente representada. Vamos ver se a Reforma Política sai ou não sai e, se acontecer, como vai ser implantada.